jornal da paraiba
Por: DA REDAÇÃO
Quem precisou registrar ocorrências em algumas das delegacias da Paraíba enfrentou sérios problemas durante todo o dia de ontem. Com a greve dos delegados, iniciada na última quinta-feira, a população ficou praticamente sem assistência, pois não foi possível registrar ocorrências relacionadas a fatos como agressão física, perda de documentos e roubo de celular. Apenas os serviços considerados urgentes, a exemplo da prisão em flagrante delito, recebeu atendimento.
Ontem pela manhã, o corregedor-geral da Secretaria de Segurança e Defesa Social, Magnaldo Nicolau, percorreu algumas delegacias da capital a fim de verificar se havia delegado de plantão cumprindo a escala de trabalho para atender a população durante a greve. Na 1ª Delegacia Distrital, no bairro de Cruz das Armas, os portões ficaram fechados o dia inteiro e apenas dois agentes estavam no local. Quem foi até a 1ª Delegacia Distrital foi informado que apenas a 5ª Delegacia Distrital, em Bayeux, estava funcionando.
O corregedor disse que o levantamento será entregue ao secretário de Segurança, Gustavo Gominho. “Pode ser aberto um procedimento administrativo contra os delegados, pois não pode haver recusa em registrar ocorrência”, explicou. Segundo ele, tal processo pode implicar punição ou até demissão do delegado. Na 1ª DD, de acordo com Magnaldo Nicolau, o delegado Ricardo Rolim, por exemplo, “deveria estar de plantão, mas não estava”.
Inicialmente, Magnaldo disse que o plantão estava previsto para as delegacias de Cruz das Armas, Tambaú e Mangabeira. Mais tarde, porém, o corregedor retificou a informação e disse que o plantão caberia às 2ª e 9ª DD, no Centro e em Mangabeira, respectivamente. Magnaldo justificou o fechamento das outras delegacias com o feriado. Para constatar o atendimento, a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA ligou para as duas delegacias, mas as ligações não foram atendidas. O corregedor disse que o levantamento vai permitir à Secretaria de Segurança se o percentual de 30%, exigido por lei, foi respeitado pela categoria.
Sem atendimento nas delegacias dos bairros, muitas pessoas procuraram a Central de Polícia para prestar queixa. Logo no início da manhã de ontem, o dono de um bar nos Funcionários I, tentou registrar ocorrência por agressão e ameaça de morte, sofrida na noite do último domingo. Não conseguiu. “O delegado mandou procurar a delegacia mais próxima da minha casa, mas lá me disseram que eu deveria registrar a queixa na Central”, reclamou o comerciante, revelando que inicialmente foi até a delegacia de Cruz das Armas. O comerciante demonstrou medo de ser assassinado e lamentou a falta de atendimento.
A greve dos delegados teve início na última quinta-feira. A categoria reivindica equiparação salarial com promotores e procuradores de Justiça, além do retorno do pagamento de 100% referente ao risco de vida. Na sexta-feira, o secretário de Segurança ofereceu o reajuste de 5% para outubro de 2010, condicionado à arrecadação do Estado. Representantes do Sindicato dos Delegados e da Associação das Prerrogativas de Defesa dos Delegados da Polícia da Paraíba (Adepdel-PB) não foram encontrados para comentar o assunto.
Hoje, representantes dos delegados e dos policiais civis vão entregar uma contraproposta unificada para que o governo avalie. “Vamos lutar juntos, defendendo uma proposta que contemple as duas categorias”, disse o presidente da Associação dos Policiais Civis da Paraíba (Aspol), Flávio Moreira. A proposta oferecida aos policiais civis foi 10% para outubro de 2010, caso a arrecadação seja favorável a tal. A categoria pedia, até a semana passada, reajuste salarial de 130%.
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