O Dia Internacional da Mulher, neste 8 de março de 2010, é histórico: estaremos comemorando um século em busca da igualdade de direitos entre homens e mulheres e de combate às violências e discriminações. Mulheres à frente do seu tempo vislumbraram a necessidade de uma data para evidenciarmos valores como solidariedade, diversidade e igualdade.
Da época em que as mulheres ficavam restritas ao espaço doméstico, sem direito à escolaridade e ao voto, sabemos o quanto já avançamos. As conquistas são fruto de muita organização das mulheres que, de maneira corajosa e ousada, quebraram preconceitos e exigiram dignidade. No Brasil, organizadas nos partidos políticos, nos sindicatos, no movimento social, elas empunharam a bandeira da democracia. Posicionaram-se por melhores condições de trabalho, de saúde e educação para seus filhos. E estão mobilizadas contra a violência doméstica.
Tivemos avanços, sim, mas é lamentável constatarmos as desigualdades salariais entre homens e mulheres, mesmo para ocupar a mesma função. As mulheres têm a sobrecarga da múltipla jornada de trabalho, pois há questões culturais a serem superadas. A representação das mulheres nos espaços de poder também está longe do ideal. Apesar de representarmos 51,5% do eleitorado, o Brasil é hoje o país da América Latina com menor presença de mulheres no Congresso Nacional. Na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, dos 40 deputados, há apenas três mulheres.
O Brasil vem cumprindo acordos internacionais com decisões que visam a redução da exploração sexual, o fim da violência doméstica e financiamento de programas para melhorar a qualidade de vida das mulheres. O governo federal criou a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e implementou um plano nacional que contempla desde a criação de uma Rede Nacional de Atendimento à Mulher até o Programa de Documentação da Mulher Trabalhadora Rural.
O governo de Santa Catarina precisa fazer a sua parte. Não temos uma Defensoria Pública, fundamental para quem não pode pagar um advogado; faltam creches em período integral e é preciso ser assinado o pacto contra a violência às mulheres, com aplicação imediata da Lei Maria da Penha. Essas reivindicações serão lembradas pelas mulheres neste 8 de março.
Ana Paula Lima|Deputada estadual
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