quarta-feira, 24 de março de 2010

Júri popular do caso Isabella entra no 3º dia

O júri popular de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, réus pela morte em março de 2008 de Isabella Nardoni, 5, entra em seu terceiro dia nesta quarta-feira (24) com depoimentos de testemunhas. Pai e madrasta respondem pela morte da menina, que caiu da janela do 6º andar do edifício London em março de 2008. A previsão é que o julgamento dure até a madrugada desta sexta (26).

A primeira testemunha a ser ouvida hoje é Rosangela Monteiro, perita do Instituto de Criminalística. Em seguida, devem testemunhar mais 12 pessoas arroladas pela defesa do casal. O advogado Roberto Podval afirma que, em razão do cansaço dos jurados, vai tentar acelerar os depoimentos.

Entre as testemunhas de defesa está o pedreiro Gabriel Santos Neto, que não havia sido intimado até as vésperas do júri, mas compareceu na segunda-feira (22) no fórum. Ele chegou a dizer que uma obra vizinha ao prédio dos Nardoni havia sido arrombada no dia do crime.

Ontem, o júri ouviu três testemunhas da acusação. Fotos do corpo de Isabella durante necropsia no IML (Instituto Médico Legal) chocaram algumas pessoas. A avó de Isabella, mãe de Ana Carolina Oliveira, chegou a deixar o plenário.

O advogado voltou a insistir que Oliveira permaneça no fórum para uma possível acareação com os Nardoni. O promotor do caso, Francisco Cembranelli classificou a atitude de “lamentável” e disse que a mãe de Isabella não está bem confinada por mais de dois dias no fórum. O juiz Maurício Fossen, que conduz os trabalhos, manteve o pedido da defesa.

O que deve ainda acontecer no júri do ano

Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são réus por homicídio triplamente qualificado e fraude processual (entenda as acusações). O julgamento teve início nesta segunda-feira (22), quando o casal se encontrou pela primeira vez desde maio de 2008, quando ocorreram interrogatórios do processo. Também foi ouvido o testemunho-chave da acusação. Ana Oliveira, mãe de Isabella, chorou junto com Alexandre, relatou o ciúme da madrasta e as brigas em família.

O casal é julgado por quatro mulheres e três homens, que devem dar o veredicto até a sexta-feira (26). Destes, cinco nunca participaram de um júri e receberam orientações do juiz Maurício Fossen.

Antes do sorteio dos jurados, a defesa do casal fez requerimentos para adiar o júri e realizar diligências. Todos foram negados pelo juiz.

Ao final dos depoimentos de todas as testemunhas, ocorrem os debates, quando defesa e acusação apresentam seus argumentos. São três horas para cada parte. Se o Ministério Público pedir réplica, de uma hora, a defesa tem direito à tréplica, também de uma hora.

Ao final, o júri se reúne em uma sala secreta para responder a quesitos formulados pelo juiz. Eles decidirão se o casal cometeu o crime, se pode ser considerado culpado pela atitude, e se há agravantes ou atenuantes, como ser réu primário. De posse do veredicto, se houver condenação, o juiz dosa a pena com base no Código Penal. Se houver absolvição, os Nardoni deixam o tribunal livres.
Do Portal Uol

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