Por: phelipe caldas/JORNAL DA PARAIBA
Os grupos de extermínio existem, são formados essencialmente por policiais militares e finalmente foram encontradas provas e testemunhas de que eles atuam na Paraíba. Esta é a conclusão da entrevista coletiva concedida ontem pelo secretário de Segurança e Defesa Social do governo da Paraíba, Gustavo Gominho, na primeira vez que uma autoridade vem a público para admitir a existência e a gravidade do problema no Estado. Tanto que Gominho anunciou também a abertura de um “inquérito mãe” que vai realizar uma “ampla e irrestrita investigação” e que, de início, vai monitorar entre 30 e 40 policiais militares suspeitos. “Não posso antecipar nenhum nome, mas posso dizer que estão na nossa mira de soldado até coronel”, antecipou.
Gominho explicou que não é de hoje que os homicídios existem na Paraíba e que muitos deles possuem características de execução, mas a verdade é que nunca antes os serviços de inteligência das polícias Civil e Militar tinham descoberto ligação entre os crimes. Tudo mudou há aproximadamente 40 dias, quando três testemunhas (uma delas Policial Militar) procuraram o secretário e revelaram “toda uma rede de execuções patrocinada pelo tráfico de drogas e comandada de dentro dos presídios paraibanos”.
As ações criminosas, ainda de acordo com o secretário, foram intensificadas no ano passado. “Desde maio de 2009, registramos um crescimento estúpido no número de homicídios na Grande João Pessoa e agora temos evidências irrefutáveis de que eles foram cometidos com a participação majoritária de policiais militares e também agentes penitenciários”, destacou, dizendo depois que um grupo preso na última terça-feira tem envolvimento com a organização.
De acordo com ele, as vítimas são em sua maioria ex-presidiários ou albergados que possuem dívidas com o tráfico de drogas. “95% dos homicídios são cometidos contra essas pessoas. E os outros 5% são contra os concorrentes, traficantes menores que tentam vender droga nas áreas que eles consideram como suas”, revela o secretário.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
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